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CEFALEIAS

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Enxaqueca

A enxaqueca é uma condição neurológica comum que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. É uma dor de cabeça recorrente, intensa e pulsátil que pode durar horas ou dias e é muitas vezes acompanhada por náuseas, vômitos, fotofobia (sensibilidade à luz) e fonofobia (sensibilidade ao som). A enxaqueca pode ser debilitante e afetar significativamente a qualidade de vida dos pacientes acometidos.

Epidemiologia: a enxaqueca é mais comum em mulheres do que em homens e pode ocorrer em qualquer idade, mas geralmente começa durante a adolescência ou início da idade adulta. A prevalência global da enxaqueca é estimada em cerca de 14,7% da população, com variações regionais.

Fisiopatologia: a fisiopatologia da enxaqueca é complexa e ainda não é completamente compreendida. Acredita-se que a enxaqueca seja causada por uma combinação de fatores genéticos e ambientais. Durante uma crise de enxaqueca, há uma ativação do sistema trigêmino-vascular, que leva à liberação de neuropeptídeos inflamatórios e vasoconstritores. Isso causa uma inflamação e dilatação dos vasos sanguíneos na cabeça, o que leva a uma dor de cabeça intensa e pulsátil.

Investigação Clínica: o diagnóstico é baseado em uma história clínica detalhada e exame físico. Na consulta é necessário determinar a frequência, duração e intensidade das dores de cabeça, bem como sobre quaisquer outros sintomas que a acompanham. Exames de imagem para descartar outras causas de dor de cabeça, como tumores cerebrais ou aneurismas, podem ser necessários.

Tratamento: o tratamento pode incluir mudanças no estilo de vida, medicamentos e terapias alternativas. As mudanças no estilo de vida podem incluir redução do estresse, aumento da atividade física e a retirada de alimentos que possam desencadear os ataques de dor de cabeça. Os medicamentos para ataques agudos de cefaleia são os analgésicos como anti-inflamatórios ou triptanos.  Medicamentos preventivos, como betabloqueadores, anticonvulsivantes e antidepressivos tricíclicos, também podem ser prescritos para reduzir a frequência e a gravidade das crises de enxaqueca. As terapias alternativas podem incluir acupuntura, massagem e terapia cognitivo-comportamental.

 

Referências bibliográficas:

 

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Cefaleia Tensional

A cefaleia tensional é um tipo de dor de cabeça bastante comum, que afeta grande parte da população mundial. Ela é caracterizada por uma sensação de pressão ou aperto na cabeça, que pode variar em intensidade e duração.

Epidemiologia: a cefaleia tensional é uma das formas mais comuns de dor de cabeça, afetando cerca de 40% da população mundial. Ela pode ocorrer em qualquer idade, mas é mais comum em adultos jovens, entre 20 e 40 anos de idade. As mulheres são mais propensas a desenvolver cefaleia tensional do que os homens.

Fisiopatologia: a causa exata da cefaleia tensional ainda não é totalmente compreendida, mas acredita-se que a tensão muscular desempenhe um papel importante na sua origem. A tensão muscular pode ser causada por vários fatores, como estresse emocional, má postura, lesões cervicais, entre outros.

Investigação clínica: o diagnóstico é feito com base nos sintomas descritos pelo paciente. A dor geralmente é bilateral e de intensidade leve a moderada, podendo ser acompanhada de dor ou desconforto na região do pescoço e ombros. É importante que o médico avalie cuidadosamente o paciente para descartar outras condições que possam estar causando a dor de cabeça.

Aspectos gerais sobre o tratamento: o tratamento da cefaleia tensional pode envolver medidas não medicamentosas e medicamentosas. Entre as medidas não medicamentosas, destacam-se a prática regular de atividades físicas, a correção da postura, o uso de técnicas de relaxamento, como meditação e yoga, e a redução do estresse. Já os medicamentos utilizados no tratamento incluem analgésicos, anti-inflamatórios não esteroidais e relaxantes musculares. Em casos mais graves, pode ser necessária a prescrição de medicamentos profiláticos, paro uso diário durante alguns meses.

É importante ressaltar que o tratamento da cefaleia tensional deve ser individualizado e adaptado às necessidades de cada paciente. Além disso, é fundamental que o paciente mantenha um acompanhamento regular com o médico para avaliar a eficácia do tratamento e fazer ajustes, se necessário.

Em resumo, a cefaleia tensional é uma condição bastante comum, que pode ser causada por vários fatores, mas tem na tensão muscular um dos principais desencadeadores. O tratamento envolve medidas não medicamentosas e medicamentosas, e deve ser adaptado às necessidades de cada paciente.

Referências bibliográficas:

  • Headache Classification Committee of the International Headache Society (IHS). The International Classification of Headache Disorders, 3rd edition. Cephalalgia. 2018; 38(1):1-211.

  • Rizzoli P, Mullally WJ. Headache. Am Fam Physician. 2018; 97(10): 658-664.

  • Tepper SJ, Tepper DE. Breaking the cycle of medication overuse headache. Cleve Clin J Med. 2010; 77(3):

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Cefaleia em Salvas

 Uma das formas mais raras e intensas de cefaleia é a cefaleia em salvas, que afeta cerca de 1 em cada 1.000 pessoas. É uma dor de cabeça extremamente intensa, que pode causar grande sofrimento físico e emocional.

A cefaleia em salvas é uma condição rara que afeta principalmente homens, com início em geral em idade entre 20 e 40 anos, embora também possa afetar mulheres. 

 

A cefaleia em salvas ocorre em surtos, com episódios de dor intensa que podem durar de 15 minutos a 3 horas. Esses episódios geralmente ocorrem várias vezes ao dia, geralmente durante semanas ou meses, antes de desaparecerem completamente.

 

A causa exata da cefaleia em salvas é desconhecida, mas acredita-se que seja devida a uma disfunção no hipotálamo, uma parte do cérebro que com várias funções relevantes, como a regulação dos ciclos de sono e vigília.

 

Durante um surto de cefaleia em salvas, o hipotálamo libera substâncias químicas que causam inflamação e dilatação dos vasos sanguíneos no cérebro. Isso leva a uma dor intensa e pulsante que geralmente é unilateral e afeta a região em torno do olho, do lado afetado.

O diagnóstico da cefaleia em salvas é baseado nos sintomas do paciente e em um exame neurológico. O médico pode realizar uma tomografia computadorizada ou ressonância magnética para excluir outras causas de dor de cabeça, como tumores cerebrais ou aneurismas. É importante que o diagnóstico seja feito corretamente, pois o tratamento adequado pode aliviar a dor e prevenir futuros episódios.

O tratamento da cefaleia em salvas pode incluir medicamentos para aliviar a dor, como triptanos e analgésicos. Em alguns casos, os medicamentos preventivos podem ser prescritos para evitar surtos futuros. Outras opções de tratamento incluem oxigênio e injeções de anestésicos locais. É importante que o tratamento seja iniciado o mais cedo possível, pois a dor intensa pode ser debilitante e afetar a qualidade de vida do paciente.

Referências bibliográficas:

  1. Headache Classification Committee of the International Headache Society. The International Classification of Headache Disorders, 3rd edition. Cephalalgia. 2018 Jan;38(1):1-211. doi: 10.1177/0333102417738202. Epub 2017 Sep 21. PMID: 28949885.

  2. May A. Cluster headache: pathogenesis, diagnosis, and management. Lancet. 2005 Mar 5-11;365(9464):843-56. doi: 10.1016/S0140-6736(05)71079-4. PMID: 15752533.

  3. Rozen TD. Cluster headache: diagnosis and management. Continuum (Minneap Minn). 2012 Feb;18(1):34-47. doi: 10.1212/01.CON.0000411536.32747.50. PMID: 22305318.

  4. Bahra A, May A, Goadsby PJ. Cluster headache: a prospective clinical study with diagnostic implications. Neurology. 2002 Nov 12;59(9):1382-5. doi: 10.1212/01.wnl.0000031796.74805.d6. PMID: 12427905.

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Hipertensão Intracraniana Idiopática

A Hipertensão Intracraniana Idiopática (HII) é uma condição que afeta o cérebro, caracterizada pelo aumento da pressão dentro do crânio. Embora o termo "idiopática" sugira uma causa desconhecida, acredita-se que a HII esteja associada a fatores como obesidade, uso de certos medicamentos ou problemas hormonais.

 

Epidemiologia: a HII é uma condição relativamente rara, com uma incidência de cerca de 1 a 2 casos por 100.000 pessoas por ano. No entanto, é mais comum em certos grupos populacionais, como mulheres jovens e obesas.

Fisiopatologia: a pressão dentro do crânio é controlada pelo equilíbrio entre a produção e absorção de líquido cerebrospinal (CSF). A HII ocorre quando há um aumento na produção ou diminuição na absorção do CSF, resultando em um acúmulo de líquido dentro do crânio. Isso pode causar sintomas como dor de cabeça, visão turva e náuseas.

 

Investigação clínica: o diagnóstico de HII geralmente é baseado em uma combinação de sintomas e testes clínicos. Os sintomas incluem dor de cabeça, visão turva, náusea e, em alguns casos, zumbido nos ouvidos. Os exames direcionados incluem exame ocular de fundo de olho, ressonância magnética do crôanio (RM) ou tomografia computadorizada (TC) do cérebro, além da punção lombar para realização da medição da pressão do líquido cerebrospinal (LCR).

Tratamento: o tratamento da HII depende da causa subjacente. Em alguns casos, a HII pode ser resolvida com mudanças no estilo de vida, como perda de peso, redução do consumo de sal e medicamentos para controlar a pressão intracraniana. Em casos mais graves, pode ser necessária uma cirurgia para aliviar a pressão no cérebro (derivação liquórica).

Referências bibliográficas:

  • Friedman, D. I., & Jacobson, D. M. (2002). Diagnostic criteria for idiopathic intracranial hypertension. Neurology, 59(10), 1492-1495.

  • Wall, M. (2010). Idiopathic intracranial hypertension. Neurology, 75(10), 969-975.

  • Keltner, J. L., Johnson, C. A., Spurr, J. O., Beck, R. W., & Wall, M. (1995). Baseline visual field profile of optic neuritis. The optic neuritis

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